Uma frente escura parece atormentar a vida dos verdes ativista. A votação do novo Código Florestal, proposta pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na Câmara no momento em que dirigentes do mundo encontram-se reunidos em Cancún, México na 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP–16) da ONU, é no mínimo, intrigante.
Com o fim da COP-10 (nov/2010) em Nagoya - com a aprovação basicamente unânime do Protocolo sobre o Acesso e Repartição dos Benefícios (ABS, na sigla em inglês) que visa diminuir a biopirataria, por intermédio da distribuição dos lucros financeiros oriundos da venda de produtos derivados de biomas estrangeiro aos seus respectivos paises de origem - fato que dá ao Brasil grande vantagem devido a sua vasta biodiversidade, a votação do Novo Código Florestal vai contra todo o senso comum (ou quase comum) de que as Mudanças Climáticas é sim, um problema tangente e que é preciso o mais rápido possível fazer com que o desenvolvimento desenfreado e não sustentável entre em standby para ser após isso completamente desligado.
Admira-me ver a fala da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) que reclama pelo fato de ser o Brasil o único país com leis de reservas legais. Isso talvez justifique o fato de sermos também o único a possuir a maior quantidade de áreas verdes e algumas, ainda nativas. Não discordo da condição de que existir uma área cultivável dentro de uma região e ela ser “simplesmente” reservada traga prejuízos econômico a quem cultiva, olhando pelo lado “de se plantar, colher e vender”. Mas não, o lucro do agronegocio vai ser gerado através do balanço entre a perda de solos por erosão, nutrientes por lixiviação e por um caráter social e responsável definido pela postura ecológica de quem “agronegocia”. Ou será que as principais empresas do setor sucroalcooleiro (que se fortalece cada vez mais no país) aderem a metas de mecanização de lavouras com o intuito de fortalecer o mercado de montagem de maquinários agrícolas? Ou promovem junto a comunidades eventos voltado a conscientização ambiental como plante uma árvore ou separe o lixo para reciclagem porque querem investir apenas em capital humano (desconsiderando o monetário) para o mundo ficar mais cor-de-rosa?
Acho que não.
Não desconsiderando o impacto do
Motosserra de Ouro entregue em Cancún a Kátia Abreu, creio que o relatório proposto pelo deputado Aldo Rebelo deva passar por uma analise científica e confiável, antes de ser sancionado. Na verdade deveria ter sido redigido por pessoas que destinam seu tempo à causa.
Ahh.. e lembre-se de verificar se o trenó do Papai Noel tem o selo
FSC.
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3 comentários:
Lembre-se, amiga, que é hora de detonar a Marina Silva e os 20 milhões de votos que ela recebeu. Pode esperar carga pesada contra ela (e contra as causas que ela defende - bem ou mal) vinda de todos os partidos. Aí a consequencia do erro da Marina em não apoiar ninguém no segundo turno: vai levar o dobro de pedradas que levaria se tivesse apoiado alguém. Simples assim.
Ramon, não creio que o apoio de Marina a alguem no 2º turno pudesse mudar a situação de agora. Essa é uma briga antiga, que precisa ser resolvida. O Agronegocio e Meio Ambiente precisa um do outro para sobreviver!
Agora acho que se a Marina houvesse declarado apoio a um ou outro candidato, a unica coisa q mudaria, seria para ela. Inteira falta de credibilidade por parte dos 20 milhões de votos (e eu dentre eles, q anulou o 2º turno votando 43).
Vanessa,
não sei quantos dos 20 milhões de votos que ela teve tiveram essa sua consciência.
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