Vanderlan da Silva Bolzani, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara e membro da coordenação do programa Biota-FAPESP e ex-presidente da SBQ, fala sobre o AIQ 2011:
“A ideia é incentivar uma mudança na percepção que o público tem da química. Trata-se de uma ciência que tem muito a contribuir com a sustentabilidade do planeta e com o bem-estar das pessoas, possibilitando o desenvolvimento de novos medicamentos, alimentos, fontes de energia, produção industrial com impactos ambientais mais baixos e assim por diante”
Com o tema “Química: nossa vida, nosso futuro”, o AIQ-2011 tem os objetivos de aumentar o conhecimento do público sobre a química, despertar o interesse entre os jovens e realçar as contribuições das mulheres para a ciência. Também será lembrado o centenário de fundação da Associação Internacional das Sociedades de Química, iniciativa que possibilitou a colaboração científica internacional.
Um novo olhar sobre a química
O AIQ 2011 é promovido pela Unesco e pela União Internacional da Química Pura e Aplicada (Iupac). De acordo com a presidente da Iupac, Nicole Moreau, as atividades do AIQ 2011 terão o foco em mostrar para os cidadãos como a química está presente de fato em suas vidas, melhorando sua qualidade.
No site oficial do AIQ 2011, Nicole recomenda que, para divulgar a química, os cientistas da área devem começar refletindo sobre o que a química significa pessoalmente para eles mesmos. E sugere que eles se preparem para lidar com falsas impressões difundidas no público sobre essa ciência.
“Há dois tipos principais de percepção equivocada sobre a química. Uma delas ocorre porque a química é vista como uma ciência central, em conexão com todos os outros campos científicos. Essa é uma característica maravilhosa, mas há o perigo de que com isso a química se torne difusa e perca sua identidade”, disse.
O outro tipo de percepção equivocada, segundo Nicole, é especialmente difundido entre o grande público. “Em muitos países, particularmente nas nações ocidentais, uma grande porcentagem da população associa a química com questões como degradação ambiental e câncer”, disse. Segundo ela, é preciso mostrar que a química será essencial para resolver problemas que incluem a “energia, o desenvolvimento sustentável, a saúde, os materiais e a produção de alimentos”.
A programação do AIQ 2011 já conta com mais de 100 eventos ao redor do mundo e tem mais de 400 atividades cadastradas em 74 países, sendo 14 delas no Brasil.
Fonte
Fapesp
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